domingo, 22 de setembro de 2019

NOTA FATAL...mais uma...
 
Voa para junto do pai, anjo... mesmo depois de seu martírio, você foi usada para humilhar a família, com a demora de sua liberação de seu pequeno corpo..
 
Queria muito que alguns PADRES e PASTORES, ao virem este sorriso lindo, que está junto da glória de Deus, brincando com Maria, Nossa Mãe, e com os anjinhos ( os 16 outros mortos ultimamente...) perguntassem-se, com sinceridade: onde foi que errei? Aos pastores ( católicos e evangélicos ) que pregam as ARMAS, como sugestão para refletir, dou 2 conselhos:
 
1o..: Ouçam o refrão do Hino da França ( Aux armes, citoyens/ Formez vos bataillon/ Marchons, marchons!...) e pensem em quanto sangue inocente foi derramado no período do Terror...( muitos religiosos... recomendo o maravilhoso DIÁLOGO DE CARMELITAS )... vai exigir leitura e reflexão...

2o.: Se quiserem, radicais ditos católicos ou evangélicos) leiam Gn, 9,6 ( Quem derramar o sangue do ser humano; pelo próprio homem seu sangue será derramado; porquanto à imagem de Deus foi a humanidade criada.) ou São Mateus ( festa litúrgica ontem, dia 21/09), 26, 52 ( Mas Jesus lhe ordenou: “Embainha a tua espada; pois todos os que lançam mão da espada pela espada morrerão! );
Outras referências à morte GRATUITA podem e devem ser contextualizadas, pois a radicalidade evangélica deve existir no amor, não na vingança nem no ódio...

Na festa de São Maurício, e companheiros, jovens soldados que morreram para não renunciarem sua fé...

sábado, 14 de setembro de 2019

A crença em Deus é pessoal... Tenho cá as minhas crenças... e quando ouço determinadas músicas, parece que Ele faz-se presente de forma mais intensa...

Aqui é uma destas canções...


A soprano é MA RA VI LHO SA

sexta-feira, 6 de setembro de 2019


Santa inveja de um jovem tão jovem que consegue escrever isto...

Evoé, Casimiro de Abreu
  1-Este  poema exige ser lido ao som  de Carlos Gomes... Faça esta experiência!
2- Leia...não o analise...não o mate com a razão  

I

Minh'alma é triste como a rola aflita
Que o bosque acorda desde o alvor da aurora,
E em doce arrulo que o soluço imita
O morto esposo gemedora chora.

E, como a rôla que perdeu o esposo,
Minh'alma chora as ilusões perdidas,
E no seu livro de fanado gozo
Relê as folhas que já foram lidas.

E como notas de chorosa endeixa
Seu pobre canto com a dor desmaia,
E seus gemidos são iguais à queixa
Que a vaga solta quando beija a praia.

Como a criança que banhada em prantos
Procura o brinco que levou-lhe o rio,
Minha'alma quer ressuscitar nos cantos
Um só dos lírios que murchou o estio.

Dizem que há, gozos nas mundanas galas,
Mas eu não sei em que o prazer consiste.
— Ou só no campo, ou no rumor das salas,
Não sei porque — mas a minh'alma é triste!
         
II

Minh'alma é triste como a voz do sino
Carpindo o morto sobre a laje fria;
E doce e grave qual no templo um hino,
Ou como a prece ao desmaiar do dia.
Se passa um bote com as velas soltas,
Minh'ahna o segue n'amplidão dos mares;
E longas horas acompanha as voltas
Das andorinhas recortando os ares.

Às vezes, louca, num cismar perdida,
Minh'alma triste vai vagando à toa,
Bem como a folha que do sul batida
Bóia nas águas de gentil lagoa!

E como a rola que em sentida queixa
O bosque acorda desde o albor da aurora,
Minha'ahna em notas de chorosa endeixa
Lamenta os sonhos que já tive outrora.

Dizem que há gozos no correr dos anos!...
Só eu não sei em que o prazer consiste.
— Pobre ludíbrio de cruéis enganos,
Perdi os risos — a minh'alma é triste!
Perdi os risos — a minh'alma é triste!
     

 III

Minh'alma é triste como a flor que morre
Pendida à beira do riacho ingrato;
Nem beijos dá-lhe a viração que corre,
Nem doce canto o sabiá do mato!

E como a flor que solitária pende
Sem ter carícias no voar da brisa,
Minh'alma murcha, mas ninguém entende
Que a pobrezinha só de amor precisa!

Amei outrora com amor bem santo
Os negros olhos de gentil donzela,
Mas dessa fronte de sublime encanto
Outro tirou a virginal capela.

Oh! quantas vezes a prendi nos braços!
Que o diga e fale o laranjal florido!
Se mão de ferro espedaçou dois laços
Ambos choramos mas num só gemido!

Dizem que há gozos no viver d'amores,
Só eu não sei em que o prazer consiste!
— Eu vejo o mundo na estação das flores
Tudo sorri — mas a minh'alma é triste!
   
                             IV

Minh'alma é triste como o grito agudo
Das arapongas no sertão deserto;
E como o nauta sobre o mar sanhudo,
Longe da praia que julgou tão perto!

A mocidade no sonhar florida
Em mim foi beijo de lasciva virgem:
— Pulava o sangue e me fervia a vida,
Ardendo a fronte em bacanal vertigem.

De tanto fogo tinha a mente cheia!...
No afã da glória me atirei com ânsia...
E, perto ou longe, quis beijar a s'reia
Que em doce canto me atraiu na infância.

Ai! loucos sonhos de mancebo ardente!
Esp'ranças altas... Ei-las já tão rasas!...
— Pombo selvagem, quis voar contente...
Feriu-me a bala no bater das asas!

Dizem que há gozos no correr da vida...
Só eu não sei em que o prazer consiste!
— No amor, na glória, na mundana lida,
Foram-se as flores — a minh'alma é triste!

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

POEMA ERRANTE

Meus lábios abrem-se em uma tarde fria

para falar falas de amor...

Meus lábios abrem-se em uma tarde fria

para repetir falas de amor...

Meus lábios abrem-se em uma tarde fria

Para gritar por palavras de amor...

Meus lábios abrem-se em uma tarde fria

Para proclamar as falas de amor...

Meus lábios abrem-se...

Mas meus ouvidos...

Meus ouvidos...

Não ouvem ( por pouco existirem)
                palavras de amor

GB

sábado, 31 de agosto de 2019

Sou apaixonado por este poema.. Casimiro de Abreu, tão novo, só não era um "gênio" poético pois havia na frente Gonçalves Dias, Castro Alves e SOUSÂNDRADE...


A VALSA

A M.***

Tu, ontem,
Na dança
Que cansa,
Voavas
Co'as faces
Em rosas
Formosas
De vivo,
Lascivo
Carmim;
Na valsa
Tão falsa,
Corrias,
Fugias,
Ardente,
Contente,
Tranquila,
Serena,
Sem pena
De mim!

Quem dera
Que sintas
As dores
De amores
Que louco
Senti!
Quem dera
Que sintas!...
— Não negues,
Não mintas...
— Eu vi!...

(...)

Calado
Sozinho,
Mesquinho,
Em zelos
Ardendo,
Eu vi-te
Correndo
Tão falsa
Na valsa
Veloz!
Eu triste
Vi tudo!
Mas mudo
Não tive
Nas galas
Das salas,
Nem falas,
Nem cantos,
Nem prantos,
Nem voz!

Quem dera
Que sintas
As dores
De amores
Que louco
Senti!
Quem dera
Que sintas!...
— Não negues,
Não mintas...
— Eu vi!...

(...)




sexta-feira, 30 de agosto de 2019

A FLOR DO MARACUJÁ

Este autor é meu amigo de sempre... este é o poema o qual li em uma sala com uma flor de maracujá na mão...






Pelas rosas, pelos lírios,
Pelas abelhas, sinhá,
Pelas notas mais chorosas
Do canto do sabiá,
Pelo cálice de angústias
Da flor do maracujá!
Pelo jasmim, pelo goivo,
Pelo agreste manacá,
Pelas gotas de sereno
Nas folhas do gravatá,
Pela coroa de espinhos
Da flor do maracujá!
Pelas tranças de mãe-d’água
Que junto da fonte está,
Pelos colibris que brincam
Nas alvas plumas do ubá,
Pelos cravos desenhados
Na flor do maracujá!
Pelas azuis borboletas
Que descem do Panamá,
Pelos tesouros ocultos
Nas minas do Sincorá,
Pelas chagas roxeadas
Da flor do maracujá!
Pelo mar, pelo deserto,
Pelas montanhas, sinhá!
Pelas florestas imensas,
Que falam de Jeová!
Pela lança ensangüentada
Da flor do maracujá!
Por tudo o que o céu revela,
Por tudo o que a terra dá
Eu te juro que minh’alma
De tua alma escrava está!…
Guarda contigo este emblema
Da flor do maracujá!
Não se enojem teus ouvidos
De tantas rimas em – á –
Mas ouve meus juramentos,
Meus cantos, ouve, sinhá!
Te peço pelos mistérios
Da flor do maracujá!

                                         Fagundes Varela

Geraldo Brandão, cuja escrita e pensamentos são 

Abençoados e patrocinados por

 
                         
                                 Sousândrade,

                                                       o talvez último dos poetas românticos, 


a) um pouco inconstante...
b) alguém que viaja no pensamento...
c) igual a seu amigo, o Guesa, muitas vezes entregue as leões e quase sacrificado aos deuses... ( idêntico ao primo I-Juca Pirama)

mas feliz...
Aulas loucas para um Romantismo e realismo ( minúscula! ) dadas a adolescentes...( C´era una volta...)

Dói-me o coração esta música... penso em tanto e tantas e tantas coisas... mas o tempo, inexorável, carrega consigo as tristezas e alegrias...


Sono Io l´ultimo romantico...

Observaçãozita: usei esta música em aula de literatura...junto com a linda DALIDA...

Vídeo abaixo...



O clipe acima não é tão bom... é só se afastar e ouvir as promessas vazias, de amor, longe... e deixar-se ( ou se deixar, ao gosto do freguês ) pelo som da música, dos caramelos, bombons e palavras...

e deixo agora a parolagem...

GB